constatei há tempos que certas pessoas têm brilho.
alguns têm essa luz permanentemente acesa, até ao fim das suas vidas.
outras porém, vão perdendo-o. tenho alguns conhecidos que a foram perdendo.
pior é quando estamos demasiado perto para o detectar:
a determinada distância focal, apenas vemos pele, rugas, lábios. até podemos sentir o cheiro. mas precisamos de nos afastar como um fotógrafo se afasta do objecto, ganhando uma perspectiva mais ampla.
ontem vi-te por uma grande angular. e o brilho estava lá, como sempre esteve. mas confesso que te vejo tão perto que nem sempre reparo na lanterna por cima da tua cara.
foto : pedro guimarães
sigur rós_glósoli (glowing sun)
ps: uma vez que a minha lenta estupidificação não me permite escrever sem cair no mau-gosto e/ou parolo, coloquei uma foto de quem realmente as sabe tirar.